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O Raízes do Purus, que está em sua terceira etapa patrocinada pelo Programa Petrobras Socioambiental, se insere num percurso histórico do trabalho da Operação Amazônia Nativa (OPAN), junto a povos indígenas das regiões sul e sudoeste do Amazonas desde a década de 70. Com uma primeira fase entre 2013 e 2015, e a segunda entre 2017 e 2020, o projeto vem apoiando os povos Apurinã, Deni, Jamamadi e Paumari na gestão ambiental e na proteção de seis Terras Indígenas.

Hoje, nestes territórios, conservados por meio de atividades de vigilância territorial associadas ao manejo de produtos da sociobiodiversidade, encontramos fartura de frutas, pesca, caça e roçado. Os povos indígenas envolvidos no projeto conquistaram mais autonomia na gestão de suas terras e dos recursos nelas encontrados, e fortaleceram suas articulações em nível local, regional e nacional.

O manejo dos produtos da sociobiodiversidade é uma estratégia bem-sucedida para a manutenção da floresta em pé e de seus serviços ecossistêmicos, uma vez que tem a gestão sustentável de recursos como pré-requisito, e demanda sistemas de vigilância bem estruturados para evitar a ação ilegal de invasores nos territórios. Com isso, além de gerar renda, as iniciativas de manejo fortalecem a organização coletiva das comunidades para a proteção de suas terras, afirmando o protagonismo dos povos indígenas e seus territórios na mitigação da crise climática.

Nosso objetivo

contribuir para a qualidade de vida de povos indígenas no sul e sudoeste do Amazonas

conservar a biodiversidade em terras indígenas e contribuir para mitigar as mudanças climáticas

COMO ATUAMOS

fortalecimento da organização comunitária

apoio aos sistemas de vigilância

proteção de 275.000 hectares de floresta


Por meio do apoio a iniciativas de manejo sustentável de:

recursos pesqueiros

(pirarucu)

recursos não madeireiros

(castanha-da-amazônia, açaí, copaíba)

Resultados

Povo Paumari do rio Tapauá

Implementação do manejo do pirarucu

Estruturação de experiência de manejo sustentável de pirarucu que hoje é referência, recebeu, em 2015, o Prêmio Nacional da Biodiversidade, e foi certificada como Tecnlogia Social Pela Fundação Banco do Brasil.

Recuperação do pirarucu e outras espécies

Aumento de 122% nos estoques de pirarucu nos lagos monitorados. Outras espécies de peixe que estavam escassas também voltaram a abundância nos territórios e entornos, contribuindo para a segurança alimentar das comunidades.

Fortalecimento da organização coletiva

Criação da Associação Indígena do Povo das Águas (AIPA), que é fruto do fortalecimento da organização interna dos Paumari, e trouxe mais autonomia para o povo na comercialização do pirarucu de manejo sustentável.

Consolidação de sistema de vigilância comunitário

Incorporação da vigilância no cotidiano das comunidades, e estruturação de sistema que conta com sete bases flutuantes posicionadas em locais estratégicos das Terras Indígenas, nos quais as famílas fazem plantões semanais durante os períodos de maior ocorrência de invasões.

Apurinã da Terra Indígena Caititu

Implementação de Sistemas Agroflorestais

Implementação de 37 unidades de sistemas agroflorestais (SAFs), por meio de oficinas e mutirões, articulando conhecimentos técnicos com saberes tradicionais sobre o manejo da floresta.

Recuperação de áreas degradadas

Recuperação de 41,6 hectares de áreas degradadas por meio do plantio de alimentos diversificados sem uso de agrotóxico.

Segurança e soberania alimentar

Fortalecimento da segurança e da soberania alimentar do povo Apurinã, que produz alimentos orgânicos e diversos e depende menos dos alimentos comprados na cidade.

Manejo de castanha-da-amazônia

Incorporação de boas práticas de manejo sustentável da castanha-da-amazônia, agregando qualidade e valor à produção, e tornando o produto uma referência no mercado local.

Jamamadi da TI Jarawara/Jamamadi/Kanamanti

Plano de Gestão Territorial do povo Jamamadi

Elaboração e publicação em edição bilíngue do Plano de Gestão Territorial do povo Jamamadi da Terra Indígena Jarawara/Jamamadi/ Kanamanti.

Fortalecimento da vigilância comunitária

Associação da vigilância do território ao manejo da copaíba, que demanda deslocamentos por grandes extensões territoriais.

Boas práticas no manejo da copaíba

Extração de copaíba por meio de boas práticas, que tornaram os Jamamadi referência no mercado regional.

Aumento na produção sustentável de óleo de copaíba

Aumento na quantidade de óleo de copaíba produzido de forma sustentável, chegando a duas toneladas por ano.

Deni do rio Xeruã

Manejo do pirarucu como ferramenta de gestão territorial

Implementação do manejo sustentável do pirarucu como estratégia de gestão e proteção territorial, com a realização da primeira pesca em 2017.

Fortalecimento do plano de vigilância territorial

Fortalecimento do plano de vigilância territorial e proteção dos recursos naturais, seguindo as pactuações definidas no plano de gestão territorial e ambiental.

Articulação com a cadeia de óleos da região

Inserção na cadeia de óleos da região do Médio rio Juruá, com o manejo das sementes de andiroba.

Fortalecimento da organização coletiva

Fortalecimento da Associação do Povo Deni do Rio Xeruã - Aspodex, e formação de um fundo da associação com toda a receita da comercialização do manejo do pirarucu e dos produtos florestais não madeireiros.

Terceira etapa

Iniciada em agosto de 2021, a terceira etapa do Raízes do Purus dará continuidade ao apoio às experiências de manejo sustentável de recursos pesqueiros e não madeireiros estruturadas nas edições anteriores pelos povos Apurinã, Deni, Jamamadi e Paumari, e às suas estratégias de vigilância e proteção territorial. O projeto iniciará também o apoio aos povos Banawa e Kanamari na gestão de seus territórios.

Resultados esperados

Proteção e monitoramento

Povos indígenas com capacidades aumentadas de proteção e monitoramento de seus territórios, garantindo a manutenção de serviços ecossistêmicos.

Manejo e comercialização

Povos indígenas implementando o manejo sustentável participativo e promovendo a comercialização justa dos recursos pesqueiros e não madeireiros em seus territórios.

Capacidade técnica

Organizações indígenas com capacidade técnica ampliada e articulações fortalecidas em seus diferentes âmbitos, e autonomia dos povos na gestão territorial.